
Nunca cheguei a pensar em fazer uma tradução. Mas, um dia, por uma dessas felizes coincidências, fui parar numa oficina de tradução de poesia. E, como um exercício, traduzi alguns contos de Kenji Miyazawa. Adorei a experiência e também de conhecer um pouco do processo de criação desse autor. Ele escrevia sobre o que estava à sua volta, lançava um olhar especial para aqueles seres ainda em formação, seja pessoa, bicho, planta, pedra... E reescrevia várias vezes. Ele tinha interesses amplos, música era uma das suas paixões. Chegou a adquirir e aprender a tocar violoncelo, mas conta-se que, ao ver o instrumento velho e esburacado do seu amigo e professor, trocou-o pelo seu que era novo.