

Eu tinha anotado no roteiro, " desenhar Lia escorregando numa montanha imaginária", ou seja, tentava dar uma cena pronta para o leitor. Mas, assim que fiz o primeiro esboço, senti que a ilustração estava pobre. Algo não me agradou. O que não ia bem? Tentei outra cena, a menina num barco e ondas, de nada adiantou. Cheguei a pensar, será que a história não está pronta ainda? Até que me lembrei... Uma criança sabe que pedra pode ser uma montanha, e matinho pode ser uma floresta. Por que não desenhar tudo bem simples? Tentando captar os gestos naturais de uma criança. E uma pedra, simplesmente como é. O texto fala de uma montanha, o desenho é uma pedra. Aí, tudo se amarrou. Nessa história não entra o maravilhoso, apenas o imaginário das crianças, os dois personagens sérios nas suas brincadeiras.
Sempre gostei de usar muito branco, neste livro eu abusei. Essas imagens não estão inteiras, são recortes, para não estragar a supresa.
