quarta-feira, fevereiro 25, 2009

Estudo de técnica e personagem































São alguns testes para escolher a técnica e definir os personagens. E o que levei em consideração? No texto, o autor traz cenas bem delimitadas, o que me fez usar uma imagem de abertura e vinhetas de fechamento para a entrada e a saída dos personagens. O conto traz uma força que vem da terra, ao mesmo tempo, há uma atmosfera da noite que envolve a maior parte dos acontecimentos. Então, pensei numa predominância da mistura de cores puxando para terra e azul. O personagem tem algo de tosco no seu aprendizado, não sabe lidar muito bem com as emoções, uma leve deformação na perspectiva ajudaria. Tentei finalizar em guache, como está no primeiro quadro. Ainda senti comportado demais. E, por fim, optei pelo uso de uma pincelada menos acabada, assim como é esse jovem. A segunda imagem (um detalhe da cena) ainda está sem pintura, apenas com a cor que joguei no computador para dar o clima.

sábado, fevereiro 14, 2009

Os bonecos















Alguns são de 1992, outros mais recentes. Em geral, os bonecos são ótimos para amadurecer uma idéia e para mostrar ao editor algo mais concreto. Fazer o lay-out muito próximo da finalização também traz problemas, como querer copiar os mesmos efeitos e nunca conseguir. Ainda assim, vale a pena. Até encontrei soluções para as histórias que não estavam bem amarradas. Nos bonecos recentes, usei o programa de edição, o que facilita demais. Dá pra ampliar, diminuir, inclinar, esmaecer... Quem sabe ainda descubro outros recursos? Lembro que cheguei a usar cola benzina, não sabia que escurecia com o tempo. Ao menos uma etapa da colagem consegui eliminar. Continuo montando, página por página. Essa parte artesanal me dá prazer, é ver a idéia inicial tomar a forma de um livro.

Estilo

Um dia comentei com o meu orientador "acho que ainda não tenho um estilo meu". Isso foi quando estava na Universidade de Fukuoka, no Japão, em 1988. "Estilo não é algo que você escolhe e decide ter, surge com o tempo", foi o que ele me respondeu. Alguns artistas trazem um estilo marcante desde cedo, outros adquirem com o tempo.
Decidi não pensar sobre isso e me dedicar simplesmente.
Durante a Bienal de Minas, ouvi a Angela Lago dizer que nunca tinha se preocupado com estilo. Aí é que me dei conta de que eu havia rompido também com essa idéia há muito tempo, pois não era o meu perfil. Apenas tento sentir, se aquelas imagens estão ganhando força (naquela técnica, com aquela forma de expressão) junto com o texto, ou se as palavras estão crescendo com as ilustrações, e se é o máximo que posso fazer.

terça-feira, fevereiro 10, 2009

As capas de Sayuri






















Vinha pensando em exibir o processo de elaboração da capa, pois nesse livro deu um pouco de trabalho. Na verdade, já tinha em mente a imagem da menina riscando o chão. Mas os primeiros estudos ficaram infantis demais. E aí, sugestão do editor de arte, usar apenas a silhueta. Ainda não cheguei no ponto. Então, tentei mais duas opções que não deram certo.
Bom, voltei para a imagem da silhueta, afinal, a idéia não estava ruim. Mudei a técnica, desenhei em grafite, num papel reciclado. E foi aprovado, depois de várias tentativas.