sábado, agosto 22, 2009

O incío de Binette Schroeder

















Essa autora é nascida em 1939, na Alemanha, e seus livros foram publicados em vários países. Em 1969 ela chegou na feira de Frankfurt, na estande da North-south books com os seus projetos. E disse ao editor que se a resposta dele for "não" iria desistir. Mostrou umas obras quase prontas como picture-books e mais duas imagens que viriam a ser o seu primeiro livro " Lupinchen". Antes, ela tinha visitado várias estandes, mas ninguém olhara com atenção para dois desenhos soltos. Justamente os que esse editor gostou e pediu que voltasse com a história no dia seguinte. Ela passou a noite construindo a narrativa. E assim aconteceu a sua estréia.

Quando perguntada se teria alguma dica para os jovens, Binette diz:
" Se for um estudante, não tente mostrar tanto o seu estilo ou gosto, o melhor é experimentar de tudo e aprimorar a técnica. Durante o período de estudos, construir bem a base. Ao se formar (ela se refere à uma boa formação, pois comenta que numa das faculdades de artes que frequentou, o aprendizado foi nulo), esquecer a escola e experessar seus pensamentos e sentimentos, livremente. "

E mais um comentário dessa autora —" Eu sofri por muito tempo, era bastante complexada. Mas entedi que mostrar o meu defeito era libertar-me. Um dia, cortei o cabelo bem curto e deixei visível as orelhas enormes que eu detestava. E, aos poucos, fui me aceitando da forma como sou..." — a princípio pode parecer não ter nada a ver com elaboração de livros, escrever histórias, ilustrar... no entanto, sinto que tem tudo a ver.

A foto é da artista no seu atelier (da revista MOE, de 1988).

Um universo que nos captura


























Vou citar algumas das frases de Binette Schroeder, as que me tocam de alguma forma:
" Por algum motivo, redescobrir uma vivência da infância é uma felicidade para o artista. Reencontrar um tesouro enterrado dentro de si e poder expressá-lo, isso pode ter uma grande força de comunicação com a criança."
"Não vejo necessidade de, racionalmente, buscar um tema; e sim, capturar uma história que chega naturalmente."
"Um desenho não pode ser apenas aparentemente bonito, precisa do brilho que vem do seu interior. Uma maçã não é simplesmente algo vermelho num galho, mas aquilo que cresce arredondado pela luz e pela sombra. Digo, deve-se desenhar com amor."

Sobre o livro "The Frog Prince", Binette comenta que demorou 3 anos para realizá-lo. Somente após entender melhor a reação da princesa e do sapo, do ponto de vista psicológico, é que a graciosa princesa surgiu para ela, pronta para ser pintada.
No momento de desenhar, ela imagina um grande vazio na sua frente, uma luz iluminando o espaço como num palco. E nesse clima meio solitário espera que algo aconteça, um pequeno episódio, uma história, uma aventura...

As imagens são dos livros "Florian and Tractor Max" e " The Frog Prince" um conto de Grimm.